sábado, 27 de março de 2010

Hip-Hop em Movimento

Acontecerá nos dias 03 e 04 de abril o evento Hip-hop em Movimento, homenagem a Preto Ghóez .
clique na foto pra ampliar ..


Contará com diversas atividades, dentre elas, teremos :

 ELIMINATÓRIA DA 3ª BATALHA BREAK – EVOLUÇÃO HIP HOP
 
 




Dia: 28 de março | domingo | 13h às 21h
Local: Teatro do IRDEB – Fim de Linha da Federação
Entrada: Franca
Jurados: David Saide (USA), Tijolim (Ceara), Nino (Recife)
Discotecagem: DJ Bandido
Organizador: B.Boy Ananias (Independente de Rua)

                                                               
  FEIRA HIP HOP

 

Dia: Sábado e domingo| 3 e 4 de abril | 13h às 20hs.
Local: Cabaré dos Novos – Teatro Vila Velha
Entrada: Franca



OFICINAS GRATUITAS DE GRAFITTI, BREAK DANCE E DJ

Dia: Sábado | 3 de abril | 9h às 12h.
Local: Sala João Augusto, Sala 2 e Passeio Público – Teatro Vila Velha Oficineiros:
Graffite:
Lee 27
Break: B.boy Ananias
Dj: Dj Môpa


MESA REDONDA E LANÇAMENTO DE LIVRO 
                        

Dia: sábado| 3 de abril | 14h às 16h30.
Local: Cabaré dos Novos – Teatro Vila Velha
Entrada: Franca
Tema da mesa: “As Múltiplas Visões de um Revolucionário” – Preto Ghóez
- Lançamento do livroA Sociedade do Código de Barras”, de Preto Ghóez.
Lançamento do Edital: Prêmio Cultura HipHop – Edição

TRANSMISSÃO AO VIVO DO PROGRAMA EVOLUÇÃO HIP HOP (RÁDIO EDUCADORA FM 107,5)


Dia : Sábado | 3 de abril | 17h às 18h.
Local:
Passeio Público – Campo Grande
Atrações: A confirma
Entrada: Franca

JAM SESSION HIP HOP (Microfone aberto)

Dia: Sábado | 3 de abril | 18h às 19h30.
Local:
Passeio Público
Entrada: Franca
Participação especial da grafiteira Den (Bilbao)
do coletivo de artístas espanholas 



ESPETACULO: MUJER URBANA (Espanha)

Dia: Sábado | 3 de abril | 20h.
Local:
Palco Principal – Teatro Vila Velha
Entrada: Franca
Com abertura do grupo
  




III BATALHA DE BREAK – EVOLUÇÃO HIP HOP – Finais

 Dia: Domingo | 4 de abril |  15h às 20h.
Local: Palco Principal – Teatro Vila Velha do Teatro Vila Velha
Entrada: Franca
Jurados: David Saide (USA), Tijolim (Ceara), Nino (Recife)
Discotecagem: DJ Bandido
Organizador: B.Boy Ananias (Independente de Rua)


Mais informações:
Valeu, muita paz...

quinta-feira, 25 de março de 2010

Soldado Morto Mv Bill


Salve salve Minhar Familia ....Firmeza total ? Hoje estarémos dando inicio a o Quadro "Letras Pra refrétir e-se consciencitizar"   Logo de cara iremos começar com a Letra "Soldado Morto" de Mv Bill. Qual há  real intenção desse Quadro ? É-se aprofundar muito mas nas letras de RAP e de outros genêros musicais .. usufruir o Maximo de cada uma delas... Porque Eu acredito que uma letra de RAP e  de outros estilos musicais pode ir além..... Do que elas já nos proporcionar e nos dá . Queremos  deixar aberto aqui pra Quêm tiver alguma sujestão de alguma letra que-se encache no perfil do quadro é só entra encontado com nós que iremos ter a enorme satisfação em fazer a postagém Valeu? então Vamos Reflétir e Procura se conciêncitizar nas letras !!

Soldado Morto

Mv Bill

 
Aqui estou eu jogado no chão
A nova atração que atrai a multidão
O chão tá quente queimando meu peito
Alguém passa a mão na minha cabeça do lado direito
Enxuga a lágrima que corre no meu rosto
Caí de olho aberto, vendo tudo fosco
Alguém comenta que olho aberto é vingança
Aqui eu era um sábio na terra da ignorância
Ouço gritos, carros, buzina
Vieram ver o bucha deitado aqui na esquina
Decepção pro meu pivete
Ver seu pai morrer aos 17
Muita adrenalina em nome de nada
Meu sangue tá no chão por causa de prosa errada
A minha marra foi lavada de vermelho
O matador não percebe que atirou no próprio espelho
É só pra isso que a gente tem valor
Achar que matou o cara certo que é da sua cor
Guerrilha burra, ignorância cometida
Por causa de inveja, drogas ou intriga
Quando parecer que a comunidade vai ficar tranqüila
Alguém compra meu barulho e invade com outra quadrilha
Mais uma mãe que chora
Mais um filho que vai
Mais um g3 que canta
Mais um amigo que trai
Eu só queria viver
Eu só queria sonhar
Condicionado a trair e a decepcionar
Conheço essa mão alisando meu queixo
É da minha velha que não agüenta e me dá um beijo
Mexe a cabeça de forma negativa
Parece não acreditar que tiraram minha vida
Segura minha mão e olha pro alto
Enquanto o meu sangue se mistura com o asfalto
Várias mulheres com o choro recolhido
Minha mina descobre que não era a única a dormir comigo
Pra alguns alívio
Pra outros, tristeza
Não é o fim da guerra, essa é a única certeza
Ritmo febrozo
A paz não existe
Mas um doido cai, outra família triste
É assim, guerra sem fim
Se arrepender tarde demais como tá sendo pra mim
Sem os amigos
Sem a família
Homem não chora, grande mentira
Minha disposição no meu mundo surreal
Não foi suficiente pra eu virar capa de jornal
E nem destaque no jornal nacional
Muito mau, marginal, coisa e tal, problema social
Pra destruição o cenário perfeito
Drogas, armas na mira de um jovem preto
Sem respeito, sem dinheiro, sem cyclone
Sem nike, sem vida, sem fé, sem nome
Nota 10 pra falta de atitude
Nota 0 pro futuro da juventude
Não tava pronto pra morrer, mas pronto pra matar
Há muito tempo eu não fazia minha mãe chorar

Eu só queria viver
 Eu só queria sonhar

 Depois que o bonde acelera é difícil frear

Um sorriso entristeceu, um coração não bateu
E o pior é saber que o culpado disso tudo sou eu
Queria o certo no lugar do errado
Observando a minha vida descer pelo ralo
As coisas que eu via acontecendo com alguém
Agora eu percebo que acontece comigo também
A vida passa pela cabeça como se fosse um filme
Nesse momento é notável que eu não era firme
Cadê a sorte, na garagem um scort
Vagabundo dá o bote
De chinelo, sem camisa e short
Desamor, dinheiro, notório
Mulher gostosa e um reinado ilusório
762 na quadrilha daqui, m16 na quadrilha de lá
Moleque bom ambicioso que nem eu
Coincidência é o desejo e a obrigação de matar
Fato estarrecedor
Os inimigos são pobres e da mesma cor (vai vendo)
Enquanto a nossa carne é sublinhada por terra
Alguém mais poderoso se diverte com a nossa guerra
De cada dia, que assusta a tia
Sem pó de antrax e investigação da cia.
Quem é esse louco com essa arma na mão
Que tem como inimigo um cara que parece seu irmão
De olho grande, traidor atrás de fama
Camuflado como amigo, me tratando na escama
Historia conhecida, final sem graça
Destaque na praça, caroçada na carcaça
Não, pra mim não tem mais solução
Nunca senti o chão tão perto do meu coração
Meu deus, quanta gente em volta do meu corpo
Vieram ver o soldado que foi morto
Um lençol azul vai tirando minha visão
Sinto minha coroa ir largando minha mão
Não sabia que eu era tão querido assim
A ponto de fazer várias pessoas chorarem por mim
O fim, já chegou e eu nem me liguei
Se fazia diferença
Mas agora eu sei
Só não tenho condições de mudar
Há muito tempo eu não fazia minha mãe chorar.

Eu só queria viver
Eu só queria sonhar

A sedução me levou e me fez naufragar


Valeu  Muita Pazz Família.....

segunda-feira, 22 de março de 2010

Entrevista com Lázaro Erê- do grupo Opanijé


 Depois de Uma perda tão lastimável e imensa como aqui nós sofremos por Dina Di. Que Deus a tenha em um ótimo lugar nosso respeito em sua memória! Só mesmo uma idéia de um negão muito  bem concentrado e politizado dentro e fora do hip-hop, pra minimizar a dor ...Lázaro Erê (Opanijé )




Salve, Rapaziada, tudo certo??

O Blog “Aonde a Favela Chegou” trás esse começo de  semana uma entrevista com Lázaro Erê- do grupo Opanijé. Um cara que assim como nós, é  ”contestador e amante das velhas canções”

"Não importa o que você pensa. Não importa qual é a sua crença. Quem sabe a cura, nunca teme a doença." Lázaro Erê.

Confiram logo abaixo as idéias desse negão que tem muita idéia pra trocar.Paz!!!
1- Aonde a Favela Chegou!!! - Colé nego véi, tudo certinho? Porque Opanijé?

Opanijé é uma sigla que criamos que significa “Organização Popular Africana Negros Invertendo o Jogo Excludente” e é também o nome do toque e da dança do Orixá Omolú. Escolhemos porque tem a ver conosco, com o que vivenciamos e porque acreditamos num rap com personalidade, com uma cara mais Afro-brasileira.

2-Aonde a Favela Chegou!!! - Conte um pouco sobre você e sua trajetória dentro do Hip Hop.

Eu comecei em 1994 com uma banda chamada Erê Jitolú.  A formação já começou fugindo do tradicional, Dj e Voz.  Éramos eu e Juno nos vocais Dj Márcio nas pick-up’s e ao longo dos anos foram várias formações de guitarra, baixo, bateria, teclado e percussão. Tantas pessoas já passaram pela banda que eu nem me atrevo a falar aqui pra não comenter nenhuma injustiça (risos).  A banda acabou em 2003 e em 2005 eu chamei Chiba e DumDum e formamos o Opanijé.  Também fui um dos formadores da Posse Ori em 96 e que, coincidentemente, também acabou em 2003 e por sinal, teve uma festa de encerramento muito bonita no espaço Solar e na casa de Angola. Se eu não me engano, Paulo Brazil deve ter até o panfleto.
 

3-Aonde a Favela Chegou!!!- Há algum tempo, durante sua última passagem pelo Brasil, Afrika Bambaataa afirmou que o Funk Carioca (o dito Pankadão!) também era hip hop. Qual a sua opinião sobre isso?
 

O Funk Carioca têm origem dentro do Hip Hop Sim!  Não só pelo fato de trabalharem com DJ que é um dos elementos da cultura, mas por ter suas origens no Break Beat e no Miami Bass. Mas hoje o Funk Carioca é um ritmo genuinamente brasileiro.  Você não encontra nada igual em lugar nenhum do mundo. Não tem mais nada a ver com o hip hop em nenhum aspecto.

4-Aonde a Favela Chegou!!! - De uns tempos pra cá o pessoal do rap tem produzido seus próprios arranjos, feito suas próprias bases em casa mesmo, basta ter um computador com alguns programas básicos e boom!!  o cara vira produtor e faz suas músicas. De modo geral isso é bom ou ruim para o rap?

Pra mim isso é ótimo! Pena que isso não é tão freqüente. Eu não canso de repetir que Rap não é só letra. Se fosse seria vendido em livrinho igual a cordel. Não adianta você ter uma letra foda, um “flow” massa se sua base é baixada na internet. Aquela sonoridade ali não é sua, não tem a sua cara, não foi feita pra você. Eu lembro que nos anos 90 a gente editava bases na fita cassete, pausando e gravando. Até hoje eu tenho uma gravação dessa época. Ainda mais hoje que temos tantos recursos à nossa disposição e muito mais baratos do que eram antes.  Eu defendo que mesmo não tendo os recursos mais avançados pra fazer nosso som a gente tem que correr atrás de mostrar um trabalho com nossa cara. Eu mesmo, como apreciador, não tenho paciência pra escutar um Rap num instrumental que eu já conheço de outro Rap. Eu vou pra um show pra ver música, não karaokê.
 
5-Aonde a Favela Chegou!!! – Você acha que a internet deu aos artistas de música alternativa de modo geral novas pespectivas para mostrarem os seus trabalhos?

A internet hoje é o principal meio de comunicação do Rap no Brasil. Acho que esse é o futuro mesmo. Mas ainda temos muito que batalhar fora da rede. Não dá pra ficar acomodado e achar que não precisamos mais imprimir panfletos para divulgar um evento, por exemplo. Ou que não precisamos batalhar pra gravar nosso CD porque podemos deixar o mp3 pra baixar. O CD está marcado pra morrer, mas ainda não morreu .
 

6-Aonde a Favela Chegou!!! – Você acha que a militância está acabando dentro do rap? O dito hip hop social, Com tanta diversidade de temas dentro do rap, ainda tem espaço para esse seguimento?

Não acho que a militância tenha acabado. Só não é mais a mesma que fazíamos há 10 anos. E nem tem que ser mesmo! A diversidade de temas só mostra que o Rap ainda tem muito sobre o que falar. Não acho que exista um tema obrigatório dentro do rap. O Opanijé opta por falar desses temas mais politizados, mas isso é uma escolha nossa porque esse foi o rap que eu aprendi a fazer. O que não significa que a gente deva descartar o rap que fala de festa ou de crime ou do que quer que seja. Se a gente luta pela liberdade de expressão, é contraditório ficar censurando fulano ou cicrano. E é a diversidade de temas que faz o Rap ser mais interessante.

7- Aonde a Favela Chegou!!! –  A mídia convencional (leia-se TV!) sempre foi um tema polêmico dentro do hip hop. O Opanijé iria a um programa de TV, Qual a sua opinião sobre isso?

Acho que sim, vai depender do programa, das condições, etc... Só acho contra-senso PAGAR pra aparecer na TV. Até porque a gente nem tem grana pra isso ainda...(risos) Acho que a mídia que você escolhe pra divulgar seu trabalho não muda a essência do que você faz, a não ser que você faça tanta questão de aparecer que se adapte a tudo que eles queiram que você faça, o que não é o nosso caso. Tem gente que grita e esbraveja contra a TV, mas sonha em ter clip na MTV. MTV não é TV? Quem conhece a estrutura sabe que aquilo ali não é, nem nunca foi “mídia alternativa”.

8- Aonde a Favela Chegou!!! – Há pouco mais de um (1) ano o Opanijé fez uma apresentação na sala do coro do Teatro Castro Alves-TCA, você acha que acima de tudo o rap é musica e tem que ir para o “além da favela”??

Pra mim o som no TCA foi um dos melhores que a gente já fez. Tanto pela estrutura, quanto pela aceitação do público. Eu nunca tive essa idéia de que o rap era só periferia. Até porque quando a gente começou tinha mais evento no centro que nos bairros. Então ia todo tipo de público: punk, pagodeiro, skatista, neo-hippie, etc... , Não dá pra ser seletivo com público fazendo rap em Salvador. Quem quiser fazer som só pra os “do rap” vai continuar tocando pra 50 pessoas e tá se contradizendo quando fala que quer conscientizar... Conscientezar quem? As mesmas 50 cabeças?
 
9-Aonde a Favela Chegou!!!– O seu antigo grupo, o Erê Jitolú foi um dos primeiros na cidade a fazer a fusão do rap tradicional com banda. Vocês tem a pretensão de fazer isso novamente?

Pensamos sim, mas isso é um projeto para o futuro. Apesar de que nas nossas bases já incluímos alguns instrumentos tocados. Tocar com instrumentos, lidar com músicos dá trabalho, mas é um trabalho que compensa quando o resultado é bom. Algumas pessoas têm ainda esse preconceito com o rap feito com banda, mas aí é mente fechada, mesmo! Antigamente eu até me estressava discutido isso, mas hoje eu vejo que nem vale a pena.
 

10- Aonde a Favela Chegou!!! – O que Lázaro e o Opanijé tem escutado últimante: de rap nacional e gringo e de outras sonoridades ?

Ah, é coisa pra caralho! Eu costumo dizer que tudo que eu sampleio, eu ouço de verdade: Tipo The Ethiopians, De Phazz, Bad Brains, as Orquestras  Rumpilezz, OBMJ e a extinta Afro-Brasileira. Engraçado é que em matéria de Rap gringo eu até tento, mas só consigo ouvir as paradas dos anos 90 tipo Boogie Down Productions,  A Tribe Called Quest, Pharcyde, Jurassic 5. Tudo que eu curto de novidade quem tá lançando é a mesma galera dos anos 90 tipo Q-Tip, KRS One, Talib Kweli, Hi-Tek, Mos Def, Dilated Peoples... Mas tem coisa boa depois disso, tipo Spank Rock que é bem experimental... Nacional eu tenho dado preferência aos parceiros (risos) De Leve, RBF, Versu2, X, Thaíde, B-Negão... Mas tem coisa boa fora desse circuito também, tipo o Emicida, Renegado, Ataque Beliz, Pentágono entre outros que eu não lembro agora.
 

11- Aonde a Favela Chegou!!! –  Pra quem não viu e nem vivenciou, conte-nos um pouco do que foi à Posse Ori, considerada o primeiro núcleo de Hip Hop organizado de Salvador.

A Posse Ori pra mim foi o maior espaço de aprendizagem que o rap de Salvador já teve. Começou com uma reunião inocente em 96 e ganhou uma dimensão que até hoje eu não vi igual na cidade. Era uma posse que na época era formada pelos grupos Erê Jitolú, Elemento X ,Ideólogia Alicerce, Atitude Presente, Atitude Negra, Black Power, a Crew da DN (hoje todos extintos), entre outras pessoas que não faziam rap, não dançavam, não grafitavam, mas sempre estavam ali coladas nas atividades. A gente fazia reuniões na sede da Unegro, no Pelourinho sempre às quintas e aos domingos no passeio público. Fizemos o 1º Festival de Hip Hop de Salvador na Gamboa de Baixo, em 1997, o festival do fantoches em 98, além de várias atividades de cunho social, tipo seminários, debates, doação de roupas... Alguns dizem que essa foi a “época de ouro” do Hip Hop baiano e em alguns aspectos eu até concordo. Éramos um bando de guris se metendo a fazer algo que nunca tinha sido feito aqui na cidade e conseguimos atrair a atenção de políticos, jornalistas, militantes do movimento negro, ONG’s... Porque tínhamos uma visão politizada do negócio, entende? Não era só organizar som e botar os grupos pra tocar. Hoje eu entendo que isso também é um tipo de militância, mas na época a coisa ia muito além.
 

12- Aonde a Favela Chegou!!! – Como você ver o atual momento do rap brasileiro?

Acho que o rap no Brasil tá passando por uma fase de transição que eu considero positiva, porque as coisas não estão mais centralizadas só no sudeste. Acho que SP teve e ainda têm sua importância na história do rap e da cultura hip hop, mas chegou a hora do restante do país mostrar a sua cara. Ao contrário do que se pensa, o Rap no Brasil não se resume a cópias do que se faz em SP ou no RJ e é isso que nós estamos tentando mostrar.

13- Aonde a Favela Chegou!!! – Você foi um dos pioneiros a colocar a cara preta do rap baiano no circuito do carnaval. Você defende um circuito paralelo para o rap (como vem sendo feito com o Rock), ou você acha que tem que meter a cara nos circuitos tradicionais mesmo?

Começou em 98 com a Erê jitolú no trio do antigo Petipreço, depois veio o Bloco do Cen em 2006, onde o Opanijé dividiu o trio com Thaíde (que também adorou a experiência) e até hoje a gente toca em trio! De alguns anos pra cá a gente vem participando da Mudança do Garcia. Acho que tem que rolar as duas coisas. Seria legal um “Palco do Rap” como aconteceu em 2008 se eu não engano. Mas, na minha opinião, não tem coisa melhor do que rap em cima de Trio Elétrico. Quem teve essa experiência sabe como é bom tocar pra o povão. Esse é o verdadeiro objetivo do rap. Você vê as reações mais diversas enquanto o trio vai passando. As pessoas tão esperando Ivete ou Rebolation, sei lá... e aí, pensar que não, recebem um batidão de Rap pela caixa dos peitos! Se até os crentes saem no carnaval, porque logo o rap tem ser contra? De jeito nenhum!

14- Aonde a Favela Chegou!!! – Há alguns anos tive a oportunidade de ver um projeto do coletivo “Hip Hop Com Compromisso” no colégio João das Botas, No que consiste esse projeto, qual a proposta dele?

O Hip Hop Com Compomisso na verdade é um coletivo que se reúne para realizar projetos sociais utilizando os elementos da cultura hip hop. Esse projeto que você citou foi uma atividade de 3 meses que nós promovemos nesse colégio com a participação de 50 crianças e adolescentes. Nosso objetivo é sempre fazer projetos na área de educação, principalmente com a galera mais nova. Esse projeto teve aulas de rap, break, DJ, grafitte, percussão e violão. Além das palestras com convidados especialistas das mais diversas áreas como Sociólogos pedagogos, professores universitários...  enfim, uma forma de instigarmos a molecada a ficar mais antenada com as questões sociais e raciais através do hip hop.

15- Aonde a Favela Chegou!!! – Sendo que é um som de periferia, você acha que o rap deveria ser tão popular quanto o “Arrocha” ou o “Pagode”?  Se sim, o que falta para esse boom?

Deveria, não! O rap É tão ou mais popular que arrocha e pagode na sua essência e na sua origem. O problema é que quando ele chega aqui no Brasil recebe o rótulo idiota de “alternativo” o rap não é alternativo a nada. Se um rapper não tiver o objetivo de fazer  o som dele estar nas cabeças e nas bocas das pessoas, ele que vá fazer outra coisa! O que falta pra que isso se consolide é termos essa consciência e parar de tentar selecionar nosso público. É o público que nos seleciona e não o contrário.

16- Aonde a Favela Chegou!!! – Tem sido cada vez mais comum artistas de outros gêneros musicais convidarem o pessoal do rap para participar de seus trabalhos. Como você vê isso? Seria definitivamente um reconhecimento do rap como música?

Claro! O rap sempre trabalhou com as misturas. Rap é feito disso! Eu lembro que a gente era muito criticado na época da Erê porque fazia misturas com samba, rock... muitos falavam que preferiam o “rap raiz”. Mas Run DMC já usava guitarras distorcidas nos anos 80 e Afrika Bambaataa fez um cover de uma banda Punk no 1º disco. Então que “rap raiz” é esse?  Muita gente fala de “rap raiz”, mas só conhece de Racionais pra cá! Eu, particularmente gosto de ver a galera do rap invadir outros espaços, de  rock, reggae, samba e até o pagode, por que não? Desde que seja de forma digna, sem mendigar nada, é sinal de que o trabalho é sério e está rendendo frutos para além dos circuitos.

17- Aonde a Favela Chegou!!! – Deixe aí o seu salve para a galera que acessa o blog Aonde a Favela Chegou!!! , e deixe também o contato e o myspace do grupo.

Valeu ao blog pela iniciativa e pelo espaço cedido. E que projetos como esse venham a somar na cultura Hip Hop de Salvador. E pra galera que acessa: Continuem acessando e divulgando para que as pessoas possam conhecer melhor o trabalho do hip hop na cidade. Axé!


           Lázaro Erê ,Chiba, DumDum (Opanijé)
 

 









 Opanijé-Valeu Zumbi


   Opanijé- Se Voçe ainda não notou



                          Erê Jitolú ad Perpetua



Baixe aqui o CD completão do Opanijé !!


Nosso Myspace:



Twitter:
      
 

 Orkut: 


Email: opanijehiphop@gmail.com

 

Abraço....



Paulo Brazil/STN-Amante do Viinil!!!

Apreciador da Cltura Hip Hop!!!


Muita paz Minhar Familia..

domingo, 21 de março de 2010

Perdemos uma grande guerreira.



Uma infecção hospitalar retirou de nós, fisicamente é claro!!. uma das mulheres mais talentosas dentro do rap nacional. Dina-di (Viviane) do grupo Visão de Rua.
"amanhã, dia 02 de março nasce minha filha alinne ......estou muito anciosa espero que tudo saia bem um abraço a todos os meus fãs Dina Di" (frase escrita no perfil do seu novo orkut)

 Dina-Di estava internada desde o dia 02/03 na maternidade, após ter dado a luz a sua linda filha Alinne e durante o parto contraiu infecção hospitalar, que evoluiu para infecção generalizada, vindo infelizmente a falecer na madrugada do dia 20/03.

 O enterro ocorreu na tarde de sábado às 17h no cemitério da Vila Formosa, localizado na Avenida Flor de Vila Formosa s/n, Vila Formosa - São Paulo, SP - Ao lado do Terminal Carrão, teve a presença de vários amigos e familiares, em um clima de total emoção...
A guerreira já não está, mais presente entre nós, mas está eternizada dentro de cada um de nós com seus versos, suas músicas, sua voz inconfundível e seu caráter....


 Mãe, mulher, Mc, maloqueira, preta sagaz, guerreira de fé .....


"SE EU FOSSE IR NESSA MANHÃ QUERIA QUE SOUBESSE, UM POUCO DE MIM, MEU CORAÇÃO SÓ DEUS CONHECE. UMA MINA NORMAL, COM QUALIDADES E DEFEITO, UMA PERDA FATAL, É QUE ME FEZ SER DESSE JEITO AÍ" 
"SE TEVE CHÃO ANDEI, SE TEVE UM AMOR AMEI E UM CAMINHO EU PROCUREI AMOR E ÓDIO EU PLANTEI, E FOI MELHOR, DE MIM NÃO TENHA DÓ, DAÍ EU COLHO SÓ AS VIRTUDES..". (Parte da letra Amor e odio )

É um pouco dificil  de acreditar que esse fato  ocorreu, realmente mas infelizmente perdemos a noiva de thock(...)

Dina descanse em PAZ e o Rap agradece tudo o que você deixou plantado para sempre em nossas histórias.

    "O que seria do  meu destino se não  cantar ?"


Que fique guardado em nossas mémorias não uma lembrança de uma Mulher que passou pelo Mundo e sim  e uma lembrança de uma Mulher ! que passou pelo mundo se eternizou dentro dele e dentro de cada um de nós.....

 Que Deus conforte seus familiares e dê forca a thock pra cria sua pequena filha recém nascida Alinne..

         UM ADEUS A RAINHA DO RAP...



Muita Paz Minha família

Minhar alma chora ....